sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Brinquedos Educativos

Quando a Betine estava grávida já pesquisava sobre brinquedos educativos, gostava de comprar pros filhos das amigas e ficava planejando os brinquedos que compraria pro Lorenzo. Eu nunca me importei muito com todo esse planejamento, como de resto não me preocupo muito em planejar nada, deixo as pedras rolarem diria o chato do Bob Dylan.
Pois depois que o Lorenzo começou a brincar com algo mais que coisinhas que fazem barulho a mamãe presenteou ele com brinquedos educativos, pricipalmente esses da Fisher Price. Quem conhece sabe do que estou falando.
Mas a verdade é que o Lorenzo, e acredito que grande parte dos bebês, não dá a mínima para a função educativa dos tais brinquedos. Ele simplesmente aniquila os brinquedos. Deliberadamente. Eu compro carrinhos vagabundos made in China e adjacências. Daqueles de fricção e que custam 5 reais. E ele adora! Não que a mamãe tenha errado na pontaria, bem que ela tentou, mas a verdade é que o Lorenzo curte mesmo é os brinquedos da Trasher Price.
Hoje cheguei em casa com dois novos brinquedos que ele amou. Um telefone quebrado e um mouse que não funciona. Só me preocupei em tirar a maldita bolinha do mouse e dar uma espanada nos dois. Depois ele, educadamente, aprendeu que a frigideira não entra na máquina de lavar. Ficou meio triste por ter que colocar lá dentro só a embalagem do iogurte, um pano de prato, uma colher e restos de pão Seven Boys. Depois ele fez uma arrumação nova no centro da sala. Até tirei uma foto (aí acima) para vocês verem como é arrrtista esse nosso filho. Vão dizer? Mais um pouco e já está expondo na Bienal, não é?

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

VEM MEGA VEM

Fico eu aqui, entre a papelada que o Governo e a Receita Federal inventam para piorar cada vez mais a vida dos pequenso empresários de dia e o Lorenzo querendo brincar de noite, mais trocar fraldas, tentar dar a comida que ele tem que comer e não a que ele quer e ainda ouvir a Betine resmungando que tá cansada quando chega em casa (ninguém mandou ser jornalista), arranjando tempo para escrever na hora do almoço.

Se tenho idéias ou vontade para escrever? Muita. Mas e tempo?

Muito tempo atrás li uma frase de Gore Vidal que era mais ou menos assim (não vou transcrever certinho que isso daí é coisa de nerd e mala):

O escritor trabalha para comprar tempo para escrever.

E é isso daí mesmo. Ou o sujeito é rico. Ou se arrisca a ser socialmente vadio, afinal para a sociedade escrever não é trabalho, e passar fome por algum tempo. Ou vira um baba-ovo certeiro do marketing pós-moderno literário.

Para ser rico existem três alternativas. Ou já se nasce numa família rica, o que não é o meu caso. Ou se nasce mulher, gostosa e puta na medida certa, o que também não é o meu caso. Não sou mulher, muito menos gostosa, mas talvez até fosse puta, mas não na medida certa, óbvio. E, por último, o sujeito ganha sozinho na Mega. Essa alternativa ainda está em aberto. Mas é totalmente incerta por razões matematicamente explícitas.

Eu tentei ser socialmente vagabdundo e só me dedicar a escrever. Mas pelas razões acima (eu não sou rico), desisti porque minha família me ensinou a trabalhar e a não ser egoísta (péssimo recado nos dias de hoje), apesar de ser extremamente individualista, o que me leva a não saber trabalhar diretito coletivamente e a ser tendenciosamente ditatorial e democrático quando os interesses são os meus, claro! E ainda mais, agora sou pai e me sinto no dever de garantir o bem-estar do meu melhor amigo Lorenzo, afinal ele ainda tem o direito de ser criança e não fazer nada (direito de toda a criança é ser criança).

E, por último, eu poderia ser um baba-ovo marqueteiro, alternativa da qual já desisti faz algum tempo. Tal qual um Mr. Hyde escondido nas entranhas, quando estou prestes a ser aceito na comunidade editorial e literária se revela o lado negro da força benvenuttiana (eu mesmo já criei meu universo próprio, o que seria algo essencialmente megalomaníaco se não fosse verdade, obviamente) se liberta e causa estragos irreparáveis em tudo que está à sua volta.

Tenho consciência de tudo não é? Poderia tentar ser diferente, pois não?

Sim!

Mas a vida seria uma chatice interminável.

Ainda prefiro as aventuras!!!

Ou a Mega-Sena acumulada.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Eu gosto mesmo é de criança-CRIANÇA

Eu deveria escrever mais no meu próprio blog, não acham?
Mas a vida é assim mesmo. Chego em casa cansado e o Lorenzo me detona
das oito da noite até às duas da manhã. É uma máquina esse guri.
A mãe dele ainda acha que vamos viajar e essas coisas todas e colocarmos
um DVD no banco de trás e ele vai assistir ao filminho quieto.
Tadinha da Betine. Ela ainda acredita que ter uma criança é ter um bibelozinho.
Não critico ela. A maioria das pessoas pensa assim. Eu, não.
Sempre tive absoluta certeza que seria um pestinha. Adorável, mas pestinha.
Obediente com quem sabe mandar e brincalhão com quem se deixa levar.
E eu gosto de criança assim. Brincalhona. Agitada. Meio doidinha.
Eu não gosto é de criança parada e, a pior de todas, a criança-adulta.
Bah! Essa eu tenho verdadeiro pavor. Dá vontade de carregar pela orelha
até um campinho de futebol e dizer "vai jogar bola e ser piá", que é o que
eu faria se ainda fosse um. Criança-adulto que se porta como adulto,
come como adulto e tenta argumentar como os adultos? Bléééééé!!!
Eu gosto de crianças que se interessam pelas mesmas coisas que eu.
Afinal, também sou criança. A única diferença é que tenho carteira de motorista
e posso tomar cerveja. De resto, os adultos que vão catar coquinho.
Ô gente chata!