sexta-feira, 16 de maio de 2008

Matadouro

"o de que precisais é procurar que a vossa história se apresente em público escrita em estilo significativo, com palavras honestas e bem colocadas, sonoras e festivas em grande abastança, pintando em tudo quanto for possível a vossa intenção, fazendo entender os vossos conceitos sem se tornar intrincados, nem obscuros. Procurai também que, quando ler o vosso livro, o melancólico se alegre e solte uma risada, que o risonho quase endoideça de prazer, o simples não se enfade, o discreto se admire de vossa intenção, o grave a não despreze, nem o prudente deixe de gabá-la. Finalmente, tende sempre posta em mira derribar a mal fundada máquina destes cavaleirescos livros aborrecidos de muita gente, e louvados e queridos de muita mais; se conseguirdes fazer quanto vos digo, não tereis feito pouco."

Trecho retirado do Prólogo do livro de um filho da puta chamado Miguel de Cervantes Saavedra uns 400 anos atrás.

Depois de ler esta breve explicação, resta-me calar e observar o gado pastando.