tag:blogger.com,1999:blog-88209843295717800972024-02-21T07:36:27.006-03:00MÁ FAMAQue a má fama do escritor Marcelo Benvenutti se perpetue!Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.comBlogger50125tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-25774740806773692532020-09-22T13:59:00.005-03:002020-09-22T14:14:34.616-03:00<div style="text-align: left;"><p><span style="font-family: times;"><span><span><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: small;"><span style="font-size: x-large;">MEU AMIGO BOB</span><br /></span></span></span></span></span></p><div style="text-align: left;"><p style="text-align: left;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: times;"><span><span><span><span>São seis meses em casa, não totalmente em casa, mas a maior parte do tempo, trabalhando e vivendo enquanto esperamos o fim de tudo, da pandemia, da escalada de estupidez que tomou conta do Brasil. Eu, Lorenzo, a gata Miauski e meu amigo Bob, já que a Betine ficou presa em Bento, separados por um vírus, aqui estamos.</span></span></span><span><span><span> </span></span></span></span></span></span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: times;"><span><span><span><span>Confesso que nunca fui muito de levar cachorro pra passear, o Bob se acostumou a ficar em casa, latindo na sacada e observando o movimento alheio. A umidade renitente do inverno portoalegrense trouxe pra ele a alergia de pele e a otite, de formas violentas as duas. Foram mais de dez visitas à clínica veterinárias e centenas de reais gastos para ajudar meu amigo Bob.</span></span></span><span><span><span> </span></span></span></span></span></span></p><p><span style="font-size: small;"><span style="font-family: times;"><span><span><span><span>Limpar ouvidos várias vezes ao dia, colírio nos olhos secos, banho de xampu caro uma vez por semana, secar todo o pelo, aparar, passar creme na pele pra aliviar a coceira e o vermelhidão, sofreu esse meu pequeno amigo. E nessas idas e vindas ele começou a gostar de sair, mesmo que continue sendo o velho Bob de sempre. Nunca foi muito de caminhar. A lei do menor esforço chegou ali e fincou pé.</span></span></span><span><span><span> </span></span></span></span></span></span></p></div></div><div style="text-align: left;"><p><span style="font-size: small;"><span style="font-family: times;"><span><span><span><span>Bob sai todo feliz, abanando o rabo e rebolando, e ele é muito engraçado quando faz isso, não tem quem não ache fofo e comece a rir. E dispara na minha frente, me puxando pela coleira e tentando guiar meu caminho. Pernas curtas de shih-tzu, coitado, pula um meio fio alto e dá de focinho em paralelepípedo. Bufa e continua em frente. Ainda parece querer comandar.</span></span></span><span><span><span> </span></span></span></span></span></span></p></div><div style="text-align: left;"><p><span style="font-size: small;"><span style="font-family: times;"><span><span><span><span>Dou a volta na praça, outros cachorros querem o cheirar e latir. Bob paralisa e fica quieto. Ele não é muito fã de outros cachorros. Ele gosta é de gente. Se lhe dão atenção, já quer pular no colo e se enroscar nas pernas. Pode parece que Bob seja meio burrinho, mas é na burrice dele que mora a esperteza. Bob se acha humano e ignora os outros de sua espécie.</span></span></span><span><span><span> </span></span></span></span></span></span></p></div><div style="text-align: left;"><p><span style="font-size: small;"><span style="font-family: times;"><span><span><span><span>Sigo em frente, que agora que comecei a sair do cafofo protegido vírus, lógico que estou de máscara, Bob vai ter que perder o tempo perdido, e os quilos ganhos, nessa nossa trajetória hercúlea pelas ruas do menino Deus. Moro aqui há quinze anos e não conheço direito o próprio bairro. Acostumado a passar a semana toda no trabalho e voltar para casa só para dormir, nunca me ative em caminhar despreocupadamente pelas redondezas. Bob me acompanha nessa (re)descoberta.</span></span></span><span><span><span> </span></span></span></span></span></span></p></div><div style="text-align: left;"><p><span style="font-size: small;"><span style="font-family: times;"><span><span><span><span>Muitas ruas pequenas, travessas, casario baixo ou condomínios de sobrados dos anos 1950 e 60, não deixa de ser muito parecido em muitos aspectos com meu velho conhecido São Geraldo, só que com mais gente nas ruas, mais armazéns e ferragens pelo caminho com praças abandonadas e grama alta, que o Bob teima em desviar.</span></span></span><span><span><span> </span></span></span></span></span></span></p></div><div style="text-align: left;"><p><span style="font-size: small;"><span style="font-family: times;"><span><span><span><span>Quase quarenta minutos de rua e Bob começa a dar os doces, senta a bunda e não quer mais caminhar. Força a coleira pra trás, dizendo pra mim que "não mesmo, cara. Chega." Mais um pouco Bob, já estamos quase terminando. Como tu não vai me acompanhar nessa? Logo agora? Ele bufa, de novo, e dá um pique final em suas pernas curtas, mas vigorosas. </span></span></span></span></span></span></p></div><div style="text-align: left;"><p><span style="font-family: arial; font-size: small;"><span><span><span style="font-family: times;">Chegamos em casa e ele se atira em um pote de água e eu abro uma cerveja. Meio dia? Dia de semana? Estou quebrando minhas próprias regras, mas e daí? Bob, meu amigo, merece que eu comemore junto com ele nossa pequena vitória diárias, que para muitos pode parecer quase nada, mas para nós é uma vida. Nossa vida. Afinal, Bob me fez sair de casa. E a ele devo isso. </span><br /></span></span></span></p></div><div style="text-align: left;"><p><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: small;"></span></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii3MEvLvD5MnpB5talssfghWWW_KAo9OkNWJrviLMPX_XWNmnWMq6OLf26hT2fNLQ2mvUMLPQHADt-EGY18iAvEcYfCypU32M2_BWVZE1__uc3CKlHBvcyJipKsyBqAOe8FISv-QVrl3bU/s4128/20200622_154642.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4128" data-original-width="3096" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii3MEvLvD5MnpB5talssfghWWW_KAo9OkNWJrviLMPX_XWNmnWMq6OLf26hT2fNLQ2mvUMLPQHADt-EGY18iAvEcYfCypU32M2_BWVZE1__uc3CKlHBvcyJipKsyBqAOe8FISv-QVrl3bU/s320/20200622_154642.jpg" /></a></span></span></span></div><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-size: small;"><br /> </span></span></span><p></p></div><p style="text-align: left;"> </p>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-29637745366369412892012-05-28T21:41:00.002-03:002012-05-28T21:41:33.681-03:00Rory Gallagher, Fantasma do RockRory Gallagher é um fantasma. Não, vocês não acreditam? Rory viveu 47 anos sobre esta terra e passou flamejante e insano como um foguete de von Braun, rasante sobre o céu da Europa e América, Rory nasceu sob o espírito iluminado dos deuses do blues e do rock. Não é a técnica que faz de um simples homem um santo a perpetrar os caminhos inavegáveis deste mundo. É preciso ter alma.<br />
<br />
Fantasmas têm alma. Sei porque eles me dizem à noite, enquanto durno. Somos irmãos e bebemos na mesma fonte alcoólica de desejo e obsessão. Os fantasmas são obsessivos. Rory morreu na década de 1990, em meio aos noticiários da recente morte do rock, de Kurt Cobain e o fim dos tempos. Rory não tinha mais fígado. Quem sabe ele trocasse seu fígado por mais 40 anos tocando guitarra? Quem sabe? Um transplante mal sucedido deixou a Irlanda em prantos e os fantasmas em polvorosa. O rock morreu com Rory Gallagher.<br />
<br />
Rory começou sua carreira no explosivo trio Taste, tão genial quanto Cream, tão explosivo quanto Yardbirds, tão homérico quanto Jimi Hendrix Experience ou catártico quanto Doors, Taste se impregnou tanto de blues e rock que se vitimou em meio às personalidades conflitantes. Assesdiado por Rolling Stones e Led Zeppelins, Rory decidiu seguir seu próprio caminho. As bigbands eram pouco para seu séquito. O caminho dos santos do rock'n roll. Como santo, ou fantasma agora canonizado, Rory Gallagher carregava sua Fender Stratocaster de 1961 gasta e suja como se fosse um cajado a pregar pelo deserto de infieis suas letras que falavam de adversidades, amor e álcool. Para se atingir a alma do público somente a técnica não é suficiente. Técnica muitos tem. A obsessão santa de certos homens nasce diante de nossos sentidos perplexos.<br />
<br />
Rory extrapola os sentidos. Os milhares de sons sobrepostos e incendiários que sua guitarra reverbera pela eternidade virtual, sem subterfúgios, sem pedais, somente elocubrações etéreas entre seus dedos, um doce cavalheiro irlandês, um homem simples a pregar as palavras do rock, em meio ao uísque, a cerveja e a noite, Rory preferia o povo, os discursos para a plateia, santo perambulante a tocar pelo mundo, independente da companhia, os homens escolhidos, Rory é assim, sem pontuação um guitarrista, um self-made-man, um enfant terrible e um rock star paradoxal sem se deixar perder pela fama. Rory desdenhava da fama. Preferia a música. E nós preferimos Rory.<br />
<br />
Certa noite, na mesma noite em que se apresentava, Hendrix viu um show de Rory Gallagher. O público, exaltado, só falava daquele cabeludo usando camisa de flanela, cara de guri, debulhando notas, símbolos e descontruindo a sociedade moderna com sua simplicidade avassaladora e sincera. Alguns dias depois, perguntado sobre quem era o maior guitarrista do mundo, enciumado, Jimi respondeu: Perguntem à Rory Gallagher. E é isso que devemos perguntar. Quem é?<br />
<br />
Eu, por mim, respondo: Rory Gallagher.<br />
<br />
E sigo seu caminho santo em nome de todo o rock'n roll. Amém.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/9Ky7pmnF9WQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe> </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Uma hora e meia de rock e blues com Rory Gallagher </div>
<br />Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-36466373893415533762012-03-01T01:57:00.001-03:002012-03-01T01:58:45.802-03:00MALDITA CHAMPANHAAcompanhe o folhetim Maldita Champanha em<a href="http://escritorpop.blogspot.com/" target="_blank"> http://escritorpop.blogspot.com/</a> e na página da Literatura Pop no Facebook<a href="http://www.facebook.com/pages/Literatura-Pop/289010294452690?bookmark_t=page" target="_blank"> http://www.facebook.com/pages/Literatura-Pop/289010294452690?bookmark_t=page</a><br />
Todas as terças um novo capítulo!<br />
A Literatura Pop chegou para ficar!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGzVfo8wkFwcDWLbi5zYsVmcNx8N5QFjr-jdCuFvhvBKpLAorNPIN4Ehk8wY8ys6nlz13YfuNaOK4i0Njqlg62sPh7zDUl8BjuPGDXIOIBKeZWtSZth1CapBx98D-MRcYhys9fWb3i57eK/s1600/maldita1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGzVfo8wkFwcDWLbi5zYsVmcNx8N5QFjr-jdCuFvhvBKpLAorNPIN4Ehk8wY8ys6nlz13YfuNaOK4i0Njqlg62sPh7zDUl8BjuPGDXIOIBKeZWtSZth1CapBx98D-MRcYhys9fWb3i57eK/s320/maldita1.jpg" width="320" /></a></div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-35987271744411136802012-01-27T13:24:00.000-02:002012-01-27T13:24:28.896-02:00Vivendo e aprendendo<a href="http://www.maesaobra.com.br/2012/01/26/vivendo-e-aprendendo/">Vivendo e aprendendo</a>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-18277247065716595882011-11-21T02:09:00.000-02:002011-11-21T02:09:38.741-02:00Caminhando Pelo CentroA Feira do Livro é uma boa desculpa para pessoas como eu que deixaram de conviver, por comodidade, falta de tempo ou mesmo por não ter mais referências, caminhar pelo centro de Porto Alegre. Vivi minha infância e minha adolescência no bairro São João e o centro pra mim era o lugar onde meu pai trabalhava, ali na Coronel Vicente. Lugar gigantesco, prédios altos, o Centro me amedrontava. Quando era guri mesmo um tempo fiquei com medo por conta do noticiário da época do incêndio do prédio da Renner. Imaginação demais. <div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">Comecei a conviver diariamente com minha entrada na UFRGS e o trabalho de contador e visitas a clientes e órgãos públicos. Muitas vezes, no intervalo das aulas, saía da João Pessoa só pra descer a Borges e caminhar pela Rua da Praia. A cinzenta Rua da Praia. É estranho mas eu gosto daquele cinza, do vento encanado e frio, das sombras dos prédios. E claro, me infiltrava na Galeria Chaves ou na Luza e ficava horas remexendo e ouvindo todos os discos de vinil de rock sem comprar nenhum.</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">Outras vezes caminhava até a Independência e ficava de bobeira na Megaforce, mexia em todos os discos e comprava um patch do Black Sabbath feliz da vida. Depois descia a Rua da Praia de novo e me deixava assistir ao movimento na Praça da Alfândega. Isso quando não estava trabalhando fazendo serviço de boy do escritório do meu pai. Aí caminhava rápido, e se aprende muito caminhando no Centro de Porto Alegre. O principal é aprender a andar sem guarda-chuva. Guarda-chuvas só atrapalham. A não ser que as marquises caíam dos céus, caminhar na chuva é o meio mais rápido e seguro, impede pontas de metal nos olhos, de deslocamento.</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">E a Praça da Alfândega ali, seus velhos jogadores de dama com tampinhas de garrafa, os punguistas pelos cantos, as prostitutas desdentadas nos bancos e os mendigos pedindo um troco para aquela turma de setentões que ainda vai lá fazer o footing e beber o café que não existe mais. Tem de tudo. Basta ser esperto. Sim, seria bem melhor ter mais segurança. Mas quem tem segurança? O amante do alheio é adepto da economia de mercado. Ele ataca onde existe demanda. O Centro de Porto Alegre é tão seguro quanto qualquer outro bairro da cidade. O preconceito está, como sempre, nos olhos de quem vê.</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">E a Feira, apesar de suas estruturas e de seus defeitos, chama à volta esse convívio. Nem me importo se não comprar livro algum. Só caminhar no centro já é uma leitura. Leitura de pessoas, de lugares, de histórias do pé de ouvido. O Centro é uma referência literária. Se não fosse, do que estaria escrevendo eu agora?</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">(publicada dia 18/11/2011 no Diário Gaúcho) </div><div class="yj6qo ajU"><div class="ajR" data-tooltip="Mostrar conteúdo cortado" id=":2ig" role="button" tabindex="0"><img class="ajT" src="https://mail.google.com/mail/images/cleardot.gif" /></div></div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-24608347752728989942011-09-22T16:03:00.000-03:002011-09-22T16:03:03.165-03:00BARBUDOS DO MUNDO, UNI-VOS!Liguem a televisão e procurem barbudos nos comerciais. Procurem barbudos nas novelas. Procurem barbas nos telejornais, nos repórteres, enfim, procurem barbudos. Quase não existem. Na novela Cordel Encantado, que se passa em um tempo incerto em ritmo de conto de fadas ou em O Astro, refilmagem de uma novela da Janete Clair dos anos 70, encontram-se barbudos e que não se limitam ao estigma argentino, vilão ou bodegueiro sujo. Barbudo na TV é imagem de época. <br />
<div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">Quando estava na faculdade e uma professora falava sobre apresentação pessoal para trabalhar e então comentou sobre a barba. Segundo ela a barba deveria ser limpa, ou seja, ninguém fala que alguém sem barba tem que ter a cara limpa. Mas se falar que tem barba já tem alguns, muitos, que complementam com a expressão “ah, mas a tua é limpinha”. Preconceito? Não, imagina. </div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">Certa vez na minha profissão encontrei um líder de uma empresa que ao contratar um funcionário, capacitado, bom currículo, mas pediu para que ele tirasse a barba, pois para ele barba era “sinônimo de sujeira”. O funcionário não só não obedeceu como mandou o ex-futuro patrão catar piolhos. Mas não na sua barba.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDeTKeu5jc5XviOFoFxplVB6K_OUu5-oUe8GMnzW6Jkd2dDgPXH4fMPHo0uet8ebW-H3Vt7rMVZxFnp6feJcPJ8bPrY8OOwdCkpmQUO8bIgtAWIED_Bp3v903LxMbXF6dxB4nf16h6816s/s1600/317423_10150285010778364_754783363_7947869_98227133_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDeTKeu5jc5XviOFoFxplVB6K_OUu5-oUe8GMnzW6Jkd2dDgPXH4fMPHo0uet8ebW-H3Vt7rMVZxFnp6feJcPJ8bPrY8OOwdCkpmQUO8bIgtAWIED_Bp3v903LxMbXF6dxB4nf16h6816s/s320/317423_10150285010778364_754783363_7947869_98227133_n.jpg" width="320" /></a></div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
Mulheres responderão que barba roça. Que barba coça. Incomoda. Não! Barba se lava. E depois de um tempo ela amacia. E quanto mais tempo se deixa sem aparar mais macia ela fica. Basta cuidar. Como se cuida o cabelo, os dentes. Tudo nessa vida se lava. Até a alma se lava, porque não a barba? Mulheres, deixem as barbas de seus homens crescrerem. Barba também é amor.</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">Então, pergunto a você, leitor, homem ou mulher, porque não deixar crescer a barba? Porque os barbudos são perseguidos pelos publicitários e ignorados pela mídia? Barba é que nem unha, não te abandona nunca. Barba é natural e não pode te prejudicar. Chegou a hora de deixar a barba crescer. Libertem suas barbas, pretas, grisalhas, ruivas e sejam felizes. Eu já deixei. Libertei a minha faz muito tempo e não me arrependo. Barba é vida!</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">(publicado no Diário Gaúcho de 22 de setembro de 2011) </div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-89820504218470294632011-06-21T12:43:00.004-03:002011-06-21T12:44:50.431-03:00Lançamento Mundial em SP - Geração Zero Zero<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoNPffFgPxBCacGTlOB-CTUs7qR5pTA8m117SIVIsaFlL_9kXzpMi2AhwPd1kcAL4yOzixcl7X92elWIgkpOSrasnVL_UxLbcUqaw8IwEItrsZDZVq-4ACbkxrTxKN4sWsYY__stpuSuPd/s1600/convite+geracao+zero+zero+SP+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoNPffFgPxBCacGTlOB-CTUs7qR5pTA8m117SIVIsaFlL_9kXzpMi2AhwPd1kcAL4yOzixcl7X92elWIgkpOSrasnVL_UxLbcUqaw8IwEItrsZDZVq-4ACbkxrTxKN4sWsYY__stpuSuPd/s640/convite+geracao+zero+zero+SP+1.jpg" width="640" /></a></div><br />
É hoje, povo de São Paulo!<br />
Participo com três contos, de uma série infindável que ainda não terminei de escrever.<br />
Espero que curtam, bizarros ou não, porque antes de tudo eu escrevo sobre amor.<br />
Ou sobre política.<br />
O que dá no mesmo.Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-41886409441931903792011-02-15T10:16:00.005-02:002011-02-15T10:17:08.544-02:00O BUFFET NOSSO DE CADA DIAEu, e muitos de vocês, almoçamos em restaurantes de rua. Trabalhadores de empresas pequenas ou microempresários, longe demais dos shoppings em negócios onde não é obrigatório ter copa ou cozinha própria, talvez o bom e velho tíquete, como é largamente conhecido. O que nos resta é o tradicional buffet. O popular bifê como todos chamam. <br />
<div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Desde os que cobram cinco reais por uma carne e beba o quiser pagar até os que passam dos vinte reais com tudo liberado, incluindo rodízio de churrasco. Cada um que escolha de acordo com seu bairro e sua condição financeira. Quem tem menos pra gastar e trabalha no Moinhos de Vento, por exemplo, caminhe um pouco, desça até a Cristóvão ou mesmo a São Pedro. Quem tiver mais para gastar em um bairro menos "nobre" que procure o que lhe interessa no próprio bairro. Sempre tem um restaurante com cardápios extensos e variados.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Eu mesmo escolho os locais em que almoço por apenas dois pratos. Carne e feijão. Arroz pra mim é tudo igual. Arroz é arroz. Desde que não seja duro ou colado demais, arroz é como dizem daquele sujeito que cola na mulher nas festas e sempre acaba sozinho. Arroz só acompanha. Não é importante que tenha batata. Batata engorda bem mais e geralmente tem mais sal. Batata sem sal é mais sem graça que dançar com a irmã na festa.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Salada é importante, mesmo que seja difícil encontrar um lugar para almoçar onde as verduras sejam frescas. Prefiro os legumes. Cenoura. Cebola. Principalmente tomate. Tomate é essencial. e muitas vezes, raro. Nem vou falar do azeite. Azeite não existe. Sempre te dão, até nos locais mais caros, um óleo disfarçado de azeite. Não aceite esse azeite. É fruta. E por falar em fruta, a sobremesa nem me interessa muito. Se tiver um pudim ou uma salada de frutas, mando ver. Se não, tô fora.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">O feijão pode ser preto ou carioca, prefiro o carioca, claro, mas um pretinho bem pegado, não me olhem estranho, é o que cai bem até no verão. Se for mais cremoso, então, lambo os beiços e devoro como cusco lambendo espinhaço de ovelha. É comer e sorrir. Mais faceiro que gordo de camisa nova. Feijão é festa. Sempre termina em foguetório.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Por fim, a carne. Sempre ela. Uma ou duas, bife ou churrasco, o essencial é que seja pelo menos descongelada no dia. Ultimamente tenho dado azar e me servem carne rançosa. Descongelaram, não cozinharam e congelaram de novo. E ainda servem! Na maior cara de pau! Deus o livre! Se for pra comer carne com ranço prefiro morder minha língua. </div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">(publicado dia 10/02/2011 no Diário Gaúcho) </div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-56071051761488463122011-02-08T23:49:00.002-02:002011-02-08T23:50:43.360-02:00O Olhar do RatoDia desses resolvi caminhar depois do almoço. Mesmo com esse calor do verão é bom para fazer a digestão. Depois, quem sabe, como dizia Adoniran Barbosa, “fazer o quilo”. Pingos grossos lentamente começaram a cair sobre o São Geraldo e a princípio não me importei. Uma chuva depois do almoço é muito bom pra ficar pensando melhor. Só que a chuva começou a engrossar. Engrossar mesmo. Uma imensa nuvem negra nos cercava e jorrava milhões de litros de água sobre nós. Me enfiei debaixo de uma marquise, por mais que eu tema as marquises depois daquela que caiu e matou oito pessoas de uma só vez na Dr. Flores, e resolvi esperar.<br />
<div style="margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.49cm;">Carros faziam retornos proibidos para escapar das águas que subiam rapidamente na Benjamin Constant. Quando um ônibus passava dava pra surfar de uma calçada até a outra. Numa loja próxima, o segurança ostentava um enorme pedaço de pau. De saída não percebi o que acontecia. Até que um rato se aproximou de mim. O segurança e outros na volta começaram a berrar. Mata! Mata com o tênis! Eu olhei para o rato. O rato não era um rato. Era um gato. Um cachorro. O rato era mais alto e mais comprido que o meu pé. Enquanto isso a turba urrava lá da loja. Pisa em cima! </div><div style="margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.49cm;">Pensei em pisar, mas, podem acreditar, o rato parou e me encarou. Tinha enormes olhos brancos. Mexeu a boca, o bigode se balançando todo, e grunhiu palavras de rato. Claro que não entendi nada. Tinha um olhar esbugalhado de desespero. O olhar do rato vinha das entranhas de um ser vivo em fuga. Se lá fora o mundo era um caos, com aquela chuva toda, o mundo dele literalmente desabava. Talvez ele tentasse me contar algo assim. Meu mundo caiu1 Talvez fossem estas suas palavras. Quando esbocei uma reação, responder, grunhir, sei lá, ele se enfiou num canteiro.</div><div style="margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.49cm;">Pouco depois, a chuva diminuindo, resolvi tomar meu rumo. Tinha perdido a hora do descanso e só me restava voltar ao trabalho. Pelo menos não precisava mais sair a nado. Escutei gritos e virei para trás. O segurança rindo como um guri que acertou a bola num jogo de taco. Tinha acertado o rato. Jogaram seu corpo de volta às águas que retornavam ao esgoto. É, meu amigo, quando os ratos pedem auxílio aos homens o que restará aos homens?</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">(publicado no dia 27 de Janeiro de 2011 no Diário Gaúcho)</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-22666827173214076802011-01-14T00:36:00.000-02:002011-01-14T00:36:11.391-02:00POR UMA VIDA SEM JUROS<div style="margin-bottom: 0cm;">(publicado na edição de ontem do Diário Gaúcho)</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">Uma das coisas que mais me impressiona nesses dias de crédito desenfreado e consumismo feliz é a predileção quase orgástica pelos aparelhos de televisão. Não os aparelhos comuns, claro. Ninguém mais quer saber de 20 polegadas, tela anti-reflexo, pensamento pequeno, não. Tem que ser LED, HDMI, LCD, USB e mais um monte de siglas que o cara tem que pensar parado se não embaralha tudo na mente e acha que tá tentando descobrir qual partido não votar.</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">Tem gente que derruba parede pra comprar aquela tevê de cinema. Outros gastam o que não tem, se endividam, parcelam no cartão, pra ter celular com tevê, tevê no carro, no banheiro, se duvidar um aparelho que cubra toda a parede. Dizem que tem. 103 polegadas. Só entra no apartamento com um guindaste. Eu, ein?</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">No fim de tudo a programação da TV é a mesma para todos. Nem tendo cabo se altera tanto. Os canais se multiplicam em reprises das reprises, seriados sem sal, eventos esportivos que se aglomeram ou novelas que todos sabem o que vai acontecer antes lendo a revista de fofocas. Não interessa a qualidade da imagem ou o tamanho da tela quando o recheio é o mesmo. </div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">Eu nasci na década de 1970. Geração televisiva. Cresci junto com a evolução da TV brasileira. Passei muitas manhãs na infância assistindo desenho animado, mas nunca me fixei no aparelho. Controle remoto pra mim já é um luxo. Daí que quando me perguntam qual marca é meu aparelho, não sei dizer. Não presto atenção. Me interessa o que sai lá de dentro. </div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0cm;">E o que sai muitas vezes me aconselha a desligar o aparelho, aquele que nem sei qual é, e sair pra dar uma volta. Observar o nada. Flertar com as possibilidades. Divagar sobre o lugar comum. Bater um papo com um outro qualquer sobre assuntos banais. A vida ainda está lá fora. E dizem, é bem mais barata. Apesar de ser melhor se for vivida à prestação. De preferência sem juros.</div><div style="margin-bottom: 0cm;"><br />
</div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-14213722936990250222011-01-03T14:26:00.000-02:002011-01-03T14:26:00.955-02:00Século XXI<span style="font-size: xx-small;">São Paulo, sábado, 01 de janeiro de 2011</span> <img hspace="10" src="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/images/ilustrad.gif" /> <br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" style="font-size: medium; width: 600px;"><tbody>
<tr> <td width="100"><br />
</td> <td align="right"><img src="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/images/ilubar.gif" width="500" /></td></tr>
</tbody></table><table style="font-size: medium; width: 500px;"><tbody>
<tr><td width="100"><br />
</td> <td width="400"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0101201114.htm" rel="nofollow" target="_blank">Texto Anterior</a> | <a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0101201116.htm" rel="nofollow" target="_blank">Próximo Texto</a> | <a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/inde01012011.htm" rel="nofollow" target="_blank">Índice</a> | <a href="http://tools.folha.com.br/feedback?url=referrer" rel="nofollow" target="_blank">Comunicar Erros</a><br />
<br />
<span style="color: navy;"><b>RÉPLICA </b></span><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>Zona de confronto versus zona de conforto da crítica</b></span><br />
<br />
<b>NELSON DE OLIVEIRA</b><br />
<span>ESPECIAL PARA A<b> FOLHA</b> </span><br />
<br />
Li com bastante atenção o artigo do editor da Ilustríssima, Paulo Werneck, sobre a antologia "Geração Zero Zero" (<b>Ilustrada</b>, 18/12). Mas confesso que, terminada a leitura, precisei verificar o cabeçalho do jornal. Fiquei em dúvida se estamos mesmo em 2010.<br />
O problema central do artigo não são as falácias de comunicação ou a piada inocente, mas o descompasso entre texto e contexto. Sinal disso é certa visão luddista do marketing.<br />
Os argumentos com falhas lógicas, de difícil comprovação ou refutação (as falácias), são muito comuns em debates e artigos de opinião.<br />
Poucos articulistas conseguem evitá-los. Mas a disfunção principal do artigo de Paulo é mesmo de cronologia. Vivemos numa época em que as verdades são provisórias, mas o artigo, cheio de certezas perenes, não aceita isso.<br />
Enquanto a Geração Zero Zero dialoga com a ambiguidade, ele cobra mais nitidez.<br />
Porém nitidez objetiva é assunto da matemática e da ciência, não da arte e da literatura, sempre subjetivas.<br />
Aliás, é bom lembrar que certas áreas das ciências exatas já aceitaram a ambiguidade inevitável.<br />
É com elas que a Geração Zero Zero interage.<br />
Nossa antologia relaciona-se, por exemplo, com o princípio da incerteza de Heisenberg e o gato morto-vivo de Schrodinger.<br />
Com a nanomedicina e as próteses neurológicas. Com a bizarra matéria escura que compõe noventa por cento do universo, mas ninguém sabe o que é.<br />
Por pertencer ao passado, o artigo de Paulo Werneck defende as leis de Newton para a criação poética.<br />
Também reforça, com desmedida bronca, a ojeriza à ideia de geração-com-recorte-temporal, procedimento comum nas artes plásticas.<br />
Isso já aconteceu antes, com a Geração 90. Mas só agora eu noto essa "gerafobia" quase consensual, esse medo exagerado de geração.<br />
A intenção primeira da nova antologia é divulgar a obra dos ótimos ficcionistas que estrearam na primeira década deste século.<br />
A intenção segunda é trabalhar na zona de confronto, fora da zona de conforto do leitor e da crítica newtonianos. A terceira intenção? Não há.<br />
Não existe qualquer intenção demoníaca oculta, de tomada do poder estabelecido, de revolução cultural etc.<br />
O escritor Santiago Nazarian escreveu em seu blog: "Não há nenhum grande plano nefasto por trás, não há nenhuma intenção perniciosa. É só (mais) uma antologia".<br />
Concordo totalmente. "Geração Zero Zero" é só (mais) uma antologia de ótimos ficcionistas brasileiros.<br />
<hr noshade="noshade" size="1" /> <span><b>NELSON DE OLIVEIRA</b> é autor de "Poeira: Demônios e Maldições" (Língua Geral) e organizador da antologia "Geração Zero Zero", que será lançada no primeiro semestre de 2011 pela Língua Geral, com 21 autores de ficção nacionais.</span></td></tr>
</tbody></table>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-49653683751368438132010-12-13T18:02:00.000-02:002010-12-13T18:02:57.735-02:00Uma Dessas Coisas Cretinas<b>Marcelo Benvenutti</b><br />
<br />
Filme: Poderoso Chefão 4<br />
Ator: Mickey Rourke<br />
Atriz: John Wayne<br />
Cantor: Keith Richards<br />
Cantora: Mick Jagger<br />
Música: Lucille<br />
Esporte: Punheta<br />
Livro: As Putas Que Eu Comi, Muddy Waters<br />
Autor: Enio Morricone<br />
Presente: Dinheiro<br />
Viagem: Só uma vez, ainda não voltei<br />
Comida: De quatro, mas eu gozo muito rápido<br />
Que Não Pode Faltar Na Sua Geladeira: Eletricidade<br />
Um supérfluo: Mulher<br />
Carro: Verde<br />
Sonho de Consumo: Ceva liberada <br />
Sinônimo de Beleza: Manguita Fenômeno<br />
Uma Pessoa Pública: Não lembro o nome, cobrava pouco, mas garanto que era mulher<br />
Um Ídolo: Fabiano Cachaça<br />
Uma Decepção: Nenhuma<br />
Mania: Imaginar todo mundo pelado trepando<br />
Defeito Incorrigível; Peidar sozinho<br />
Qualidade: Humildade<br />
Que Pretende Fazer no Futuro: Virar um vadio<br />
O Que Teria Sido Mas Não Tem Coragem: Cristiano Zanella<br />
Uma Frase: E daí?Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-24411904607768094262010-12-12T04:36:00.000-02:002010-12-12T04:36:04.976-02:00Novo BlogEste blog continuarei atualizando quando me lembrar que ele existe.<br />
<br />
Criei um novo para falar sobre LITERATURA POP.<br />
<br />
http://escritorpop.blogspot.com/<br />
<br />
Divirtam-seMarcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-33091073370975158762010-10-12T05:51:00.000-03:002010-10-12T05:51:13.632-03:00Caminhando Pelo Errado da RuaEu comprei ingresso pro show do Paul McCartney e pensei. Baita bosta. Sim, eu não comprei.<br />
A Betine comprou. Quer dizer, deu a grana. A Bruna e o Franty foram pra fila do Beira.<br />
Mas, porra, e se eu não for pro céu? Quem serão os Beatles? Os Stones?<br />
Será que Huxley ainda viaja no cosmo no LSD final? Não sei. Não acredito nos beats.<br />
Só copio.<br />
Aliás, não copio. Quero que eles se fodam. Ginsberg era um chato de galocha.<br />
Odeio poetas. Odeio poetas da Osvaldo Aranha. Odeio escritores de vanguarda.<br />
Mas gosto do Lou Reed.<br />
Eu não sei ler o que os outros escrevem. Sou totalmente egocêntrico.<br />
Gosto de quem gosto e ignoro a existência alheia. Sou o maior escritor ignorado<br />
por outros que jamais o lerão. Se me importo? Não. Curto caminhar pelo outro lado da rua.<br />
Sim. Os quarenta anos servem pra algo. Servem pra me deixar feliz vendo meu filho crescer<br />
e pensar: Foda-se! Ninguém pode compartilhar isso comigo. Nem eu mesmo.<br />
É tão íntimo que me nego a saber que posso ser feliz.<br />
E sei que sou.<br />
Confesso.<br />
Eu sou feliz.<br />
Desculpem-me se se tenho que admitir o que só admito escrevendo bêbado às cinco da manhã.<br />
Mas é a verdade. O Lou Reed me disse agora. Ele, o Bowie e, talvez, não sei, Kurt Cobain<br />
que ainda tá saindo de dentro do Dilúvio ajudando o Werner.<br />
A Betine tá no quarto assistindo algum seriado de serial killers.<br />
Eu seu que tá na moda. A moda é algo estranho.<br />
Pra mim estar na moda é ser do contra. E se tem alguém do contra, sou contra quem é.<br />
Sou contra e é bom que seja assim.<br />
Meu carro deveria sair da cidade. Eu junto.<br />
Queria morar numa estrada cercado de cerveja e meus amigos.<br />
Uma eterna estrada sem fim de felicidade e conversa fiada e álcool e sutilezas jogadas no lixo.<br />
<br />
(mais um copo da tal cerveja preta)<br />
<br />
(pausa)<br />
<br />
É muito boa essa guitarreira do Vicious do Lou Reed. <br />
Dá até vontade saber algo de música. Eu não sei. Sei o que me dá vida ou não.<br />
Rock me alimenta mais que ceva. Rock me alimenta mais que tudo.<br />
Se tivesse que escolher entre ceva e rock, escolhia rock.<br />
Se tivesse que escolher entre escrever e escutar rock, escolhia escutar rock.<br />
Escutando rock é que escrevo. Me alimento. O rock me alimenta e me julgo por não saber nada de música.<br />
Por isso escrevo.<br />
É minha chance de compensar minha inabilidade com a música.<br />
Não vou dizer que por isso bebo, porque bebo pra me chapar mesmo.<br />
Se chapar é bom pra escrever.<br />
A ressaca é a melhor hora para se ter boas idéias.<br />
A ressaca limpa a sujeira do cotidiano como um alvejante limpando sujeiras acumuladas no chão.<br />
Sei que vocês compartilharão algo comigo.<br />
Se não compartilharem, eu compartilho.<br />
É bom estar vivo.<br />
É ótimo escrever.<br />
Mas é bem melhor que tudo errar.<br />
Pois errando eu vou vivendo cada vez mais até acertar.<br />
Espero jamais acertar para viver para sempre.<br />
Viver é muito bom.<br />
Ainda melhor caminhado pelo lado errado da rua.<br />
<br />
(um videozinho bem brega da BBC pra vocês)<br />
<br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/WJpQJWpVJds?fs=1&hl=en_US"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/WJpQJWpVJds?fs=1&hl=en_US" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
<br />
Feliz dia das crianças!!!Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-34035885905483908072010-08-20T22:26:00.000-03:002010-08-20T22:26:19.785-03:00manuelorenzo<object style="background-image: url("http://i4.ytimg.com/vi/sWQ0r_KtXkY/hqdefault.jpg");" width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/sWQ0r_KtXkY?fs=1&hl=pt_BR"><param name="allowFullScreen" value="true"><param name="allowscriptaccess" value="always"><embed src="http://www.youtube.com/v/sWQ0r_KtXkY?fs=1&hl=pt_BR" allowscriptaccess="never" allowfullscreen="true" wmode="transparent" type="application/x-shockwave-flash" width="425" height="344"></embed></object>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-25730528827077646582010-06-16T00:16:00.000-03:002010-06-16T00:16:43.147-03:00Casamento RockPra quem ainda se presta a acompanhar este blog, tenho a dizer o seguinte:<br />
<br />
- Ele não está abandonado e eu não parei de escrever. Ainda este ano pretendo publicar algo inédito. Avisarei quando tiver o que falar de novo;<br />
<br />
- Criei outro blog pra falar de casamento: http://casamentorock.blogspot.com/<br />
<br />
- Pra quem perguntar sobre a Sombra dos Eucaliptos, mandem email para a Final Sports e perguntem se precisa o Inter ser campeão com Celso Roth para os blogs da Dupla GreNal voltarem;<br />
<br />
E pra completar a lambança, aqui ó, pros chatos de sempre:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBPK_bT3EA9pUv5Ch-0nnpNRLLUaEGceN-4xJfOiroZSJYdhSbvaAxkuHASU4sRF4fBtYlJIojndLySuT8-9dkqI39XzxU6SwxVpgcpgW0R_WQKgvqOrRpD-FIe6qIHJl7QZqq79TqrkH_/s1600/Imagem+0522.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBPK_bT3EA9pUv5Ch-0nnpNRLLUaEGceN-4xJfOiroZSJYdhSbvaAxkuHASU4sRF4fBtYlJIojndLySuT8-9dkqI39XzxU6SwxVpgcpgW0R_WQKgvqOrRpD-FIe6qIHJl7QZqq79TqrkH_/s320/Imagem+0522.jpg" /></a></div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-39519992491912111812009-11-05T13:52:00.000-02:002009-11-05T13:52:40.312-02:00<a href="http://www.verbo21.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=583&Itemid=178">Resenha do Arquivo Morto escrita pelo Nelson Olveira na última Verbo21 do amigo Lima Trindade de Salvador.</a><br />
<br />
outubro de 2009 <!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:DontVertAlignCellWithSp/> <w:DontBreakConstrainedForcedTables/> <w:DontVertAlignInTxbx/> <w:Word11KerningPairs/> <w:CachedColBalance/> </w:Compatibility> <w:BrowserLevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--> <m:wrapindent m:val="1440"> <m:intlim m:val="subSup"> <m:narylim m:val="undOvr"> </m:narylim></m:intlim> </m:wrapindent><!--[endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true" DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99" LatentStyleCount="267"> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" Name="header"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" Name="page number"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" Name="endnote reference"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" Name="endnote text"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" Name="Hyperlink"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" Name="Normal (Web)"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/> <w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false" UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:roman; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1107304683 0 0 159 0;} @font-face {font-family:Verdana; panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:536871559 0 0 0 415 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} a:link, span.MsoHyperlink {mso-style-unhide:no; color:blue; text-decoration:underline; text-underline:single;} a:visited, span.MsoHyperlinkFollowed {mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; color:purple; mso-themecolor:followedhyperlink; text-decoration:underline; text-underline:single;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:10.0pt; mso-ansi-font-size:10.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt;} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> <!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Table Normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> <![endif]--> <br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><strong><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 13pt; line-height: 150%;">A fantasia do almoxarifado</span></strong><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;"><strong><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Por Nelson Oliveira</span></strong><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><img alt="Sample Image" height="301" src="http://www.verbo21.com.br/images/stories/outubro/resenha%20nelson%20out%2009_imagem.JPG" width="211" /></div><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;">No início deste milênio, quando um coletivo de escritores que escreviam em blogs se reuniu para formar uma editora independente, havia muito de “vanguardista”. Na Bahia, como em outras partes do país, escritores começavam a mostrar sua literatura em blogs e participavam ativamente deste processo, que revelaria nomes como <a href="http://peixesbanana.wordpress.com/">André Takeda</a>, <a href="http://www.ranchocarne.org/">Daniel Galera</a> e <a href="http://oglobo.globo.com/blogs/cuenca/">João Paulo Cuenca</a>. Na Bahia, gente como <a href="http://www.silvahorrida.blogspot.com/">Wladimir Cazé</a>, <a href="http://palavrascruzadas.blogspot.com/">Patrick Brock</a> e <a href="http://marcelobenvenutti.blogspot.com/">Marcelo Benvenutti</a> ganhavam destaque, graças ao estabelecimento da editora independente <a href="http://www.edicoesk.blogspot.com/">Edições K</a>, que publicava <em>pocket books</em> muito bem editorados.</span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Benvenutti, que não é baiano, mas gaúcho, acabou ganhado destaque por aqui graças a <em>O Ovo Escocês</em>, livro de contos lançado pela K, atualmente adormecida. Hoje, o autor publica pela Kafka Edições, do Paraná. E foi por ela que saiu seu mais novo livro de contos, <em>Arquivo Morto</em> (Kafka Edições, 2009, 188 páginas), instigante do início ao fim. A coletânea de contos, composta por textos intitulados com nomes de pessoas é dividida em gavetas (A-C; D-F; G-I; J-L; M-O; P-R; S-U; V-X, Y-Z), e traz contos com uma temática comum: todos eles envolvem, de alguma forma, a finitude das coisas. </span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Benvenutti, consciente de que a vida é passageira – e no caso de seus contos episódicos, não passa de, no máximo, cinco páginas –, apresenta seus personagens sem muitas firulas sem, no entanto, esquecer de suas peculiaridades e detalhes, desvelados no texto como amostras de sagacidade e sarcasmo do autor. Por vezes, os contos são lacônicos ou acabam abruptamente, assim como a vida e as relações de muitas pessoas. Com isso, Benvenutti tem as armas necessárias para dar relevo a personagens comuns, ora desiludidos com a vida que levam e marcados por profundas tristezas ora gente que nem tem idéia do que acontece a sua volta ou pivôs de reviravoltas imprevisíveis.</span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;">A abertura de <em>Alberto</em>, primeiro conto do livro, é uma boa amostra do que o leitor encontrará pela frente: “Alberto é um interiorano de vinte e seis anos que todos os dias sai do trabalho, no cartório na Rua da Ladeira, para sentar-se na mesma cadeira na mesa de sempre do bar do Adriano, para beber”. Assim como em Alberto, quando o personagem principal deixa de reconhecer sua amante Rosa após a primeira noite de amor, e a recíproca se torna verdadeiro, vários outros contos partem de premissas simples para dar lugar a acontecimentos distantes do que se concebe como realidade. Elementos fantásticos fazem parte da grande maioria dos textos, mas são o próprio foco central da narrativa em <em>Batista</em>, conto no qual um empresário vive uma inusitada situação: a partir de certo momento, todas as portas pelas quais ele passa, não fecham mais, sem motivo aparente. </span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Em <em>Ninguém</em>, o próprio cenário já é fantástico, mas não descolado completamente da realidade. Na distópica cidade de Boulevard, moram apenas pessoas famosas e reconhecidas mundialmente pelo que fazem. Tudo isso é abalado a partir da chegada de Ninguém, um desconhecido, que apenas por ser desconhecido chama a atenção de toda a cidade e vira uma figura mítica. Neste sarcástico conto, Benvenutti brinca com os arbitrários critérios que podem fazer algo virar mito; critérios que parecem se perder na história, de tão interiorizados que são, como explica o semiólogo Roland Barthes no seu clássico <em>Mitologias</em>.</span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;">A ironia de Benvenutti, no entanto, não é gratuita: ela parece ser direcionada, em boa parte dos contos, a modos de vida viciados de uma sociedade em estágio de degradação. Posicionado em uma linha de pensamento próxima a contracultura influenciada por John Fante, Charles Bukowski e pelos <em>beats</em>, o autor prefere escancarar a vida dos simples cidadãos do dia-a-dia, dos tipos que podem ser avistados em qualquer fila de banco. Talvez num esforço autobiográfico, ele, contabilista, trace um perfil de um contador, em <em>Ivan</em>.<span> </span>Mas, é tanta gente nesse mundão fantástico que Benvenutti guarda em sua gaveta. Tem <em>Kelly, Liverpool, Bárbara, Duarte, Xênia, Mauro, Luís, Ítalo, Clint, Luciana, Pedro, Mateus, Dante, Betine, Carlos, Winston</em>... e até um <em>Marcelo</em>, um homem-salsicha, “esperando para ser consumido pelos dois pedaços de pão separados entre as pernas de certas mulheres”.</span><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Arquivo Morto</span></em><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 150%;"> se mostra, desde sua primeira parte, como uma obra madura, com um conceito bem definido e agradável o suficiente para passar tardes inteiras em dedicação a seus contos. Uso aqui, a velha máxima proferida por Julio Cortázar: "No combate entre um texto e seu leitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto o conto deve ganhar por nocaute". Benvenutti, devo dizer, é um excelente pugilista e, em se tratando de textos sobre a finitude, seus nocautes são ainda mais significativos. A <a href="http://marcelobenvenutti.blogspot.com/">Má Fama</a> de Marcelo Benvenutti se perpetua e <em>Arquivo Morto</em> será grande responsável por isto.</span><br />
</div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-61873703973821522532009-09-18T01:56:00.019-03:002009-09-18T11:37:27.832-03:00My Name is Rocha. Glauber Rocha.Siga a cena recorrente do James Bond surgindo no horizonte no trailer<br />
do filme Quantum of Solace abaixo:<br />
<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/EDmis5xqY1U&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/EDmis5xqY1U&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br />
E compare com a cena final de Terra em Transe do Glauber Rocha com<br />
o Jardel Filho "imitando" o Daniel Craig:<a href="http://www.youtube.com/watch?v=tig2giQn3jE"></a><br />
<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/tig2giQn3jE&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/tig2giQn3jE&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-46765278158958424052009-07-24T00:33:00.004-03:002009-07-24T00:37:40.265-03:00Com a Mão na Massa<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhad93rthtcAhbo6xtNi4dY45jTgwZ_Q4ez100Z1OtnCHtbVpr4aK9jax9cC0RZSCHKDW3gjattGqHYxGOla2Svces9ZvGMmCHlfMos_7dlazLfm84RGqRozT6Z4SgGUjKBjFUbbZo3WRWd/s1600-h/DSC00116.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhad93rthtcAhbo6xtNi4dY45jTgwZ_Q4ez100Z1OtnCHtbVpr4aK9jax9cC0RZSCHKDW3gjattGqHYxGOla2Svces9ZvGMmCHlfMos_7dlazLfm84RGqRozT6Z4SgGUjKBjFUbbZo3WRWd/s320/DSC00116.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5361865225107846914" border="0" /></a>Quando eu tinha três anos não sonhava com um mundo melhor. Nem sabia que existia outro mundo. Nem mesmo que fosse pior. Meus medos se resumiam ao Hulk, os monstros debaixo da cama e os dinossauros que enfrentam KingKongs. Eu acordava cedo se tivesse a fim, mas meu pai me arrancava da cama assim mesmo. Era chato, porque eu sonhava, só não lembro direito sobre o que. Talvez fossem os mesmo sonhos. Sonhava com carrinhos que voam. Com amiguinhos que jogam bola e não brigam. Mas nós brigávamos porque era divertido e éramos guris ranhentos que peidavam e riam uns dos outros. Meu pai me colocava na frente do computador e tentava me mostrar o que era rock. Minha mãe queria que eu pilotasse Ferraris. Eu nem me importava. Eles que sonhem com os sonhos deles. Eu sei que Bob Dylan não é rock. Eu sei as cores dos Backyardigans, mas sentava no colo do meu para para assistirmos à Turma do Pernalonga. Eu pedia para assistir monstertrucks no youtube. Meu pai mostrava. Minha mãe imitava robôs. Eu já ia na escola, mas tudo era diversão, como sempre deveria ser, como deveria ser o resto da vida. Quem inventou essa bobagem de adulto foi algum recalcado. Não sou eu quem disse. É, meu pai. Eu só tenho três anos e não sei falar tudo o que imagino.<br />Eu tenho duas namoradas e uma é mais que a outra, mas, como convém, nenhuma das duas sabe disso. Uma acha que manda em mim. A outra, só gosta. Eu gosto de hamburguer, de suco de uva, sacolé, bala de minhoquinha, polenta e sevenboys com goiabada. Adoro que estouem bolhas do alto cada uma delas parecida com um monstro diferente. A Lola é meu horizonte e o Charlie não existe. Queria sentar no banco da frente do carro e xingar junto com meu pai os marcha-lentas com um sai da frente, boca aberta. Aprendi que os chinelos perdidos vão parar lá no cu do mundo. Minhas vovós fazem tudo o que eu quero, inclusive o que eu não quero, o que é bom, pois<br />daí descubro o que posso pedir. Minha babá me obedece mais que meu cachorro, mas bater<br />eu só bato na Duda, tadinha, que late e uiva quando eu fico doente.<br />Gosto de pular, de correr de um lado para outro sem nenhum motivo, de pegar a bola com os pés<br />na pracinha e avançar como um atacantezinho doido em direção ao gol adversário, sem fazer gols,<br />só pelo prazer de correr e chutar. Então, eu tenho três anos e quando eu tinha três anos eu era assim. Ou era assim que meu pai achava que eu era. Mas já cansei de falar, afinal, meu pai já tomou mais de um copo de vodca e daqui a pouco não sabe mais se é ele ou eu escrevendo. Tomara que seja eu. Ou ele. Espero que seja sempre assim. Ainda mais agora que eu meto a mão na massa e moldo minha própria vida. Meu pai, minha mãe, meus amigos, espectadores desse delírio do meu pai, não sabem de nada. Quando eu tinha três anos eu era feliz. Todo mundo deveria ser. A vodca acabou, pai. Vai dormir. <span style="color: rgb(136, 136, 136);"><br /><br /></span>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-28697958001177417202009-07-08T01:36:00.008-03:002009-07-08T02:30:56.773-03:00Notas do Diário de um Escritor Mal SucedidoDomingo, 24 de julho de 1951<br /><br />O romance terminado e entregue aos editores há dois meses. Os editores? Nem aí. Nunca entregue um trabalho que não esteja completamente terminado. Mesmo que isso resulte um grande atraso em sua publicação.<br /><br />Parece que nunca vou conseguir me livrar das dívidas. Mais um filho em setembro. Fico sonhando com tempo livre para escrever. É difícil, pois tenho de fazer serão para ganhar o suficiente para o sustento da família. Tenho de fazê-lo. Só isso. Estou saturado com meu emprego. Quando chega a tarde de domingo é preciso dedicá-la à família. É importante. Com isso só me resta parte da manhã e a noite de domingo e talvez algumas noites da semana que não tenha muito trabalho a ser feito (no emprego).<br /><br />Li os diários de Kafka e fiquei desapontado. Na minha opinião contestam todas as explicações críticas de seu trabalho.<br /><br />Revendo as minhas anotações para os contos que pretendia escrever. Alguns deles se tornaram moles e murchos com o tempo. Como se fossem frutas podres. Eu amadureci.<br /><br />Mario Puzo<br /><br />(sem comentários)Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-81170362480340544112009-06-19T22:07:00.000-03:002009-06-19T22:08:23.436-03:00Leia Também!http://cervejaefralda.blogspot.com/<br /><br />Cerveja & FraldaMarcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-67527915625387372562009-06-09T11:28:00.001-03:002009-06-09T11:30:04.502-03:00O tamanho do nosso provincianismoEnquanto em Porto Alegre cantamos aos 4 ventos nossos cinemas, nosso teatro,<br />nossos parques, nossas alternativas de lazer em uma Buenos Aires aconchegante,<br />lá de fora recebemos pauladas como essa:<br /><br /><a style="font-style: italic;" href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u578615.shtml" target="_blank">http://www1.folha.uol.com.br/<wbr>folha/ilustrada/ult90u578615.<wbr>shtml</a><br /> <br /><span style="font-style: italic;">09/06/2009 - 09h08 </span><h1 style="font-style: italic;"> Falta de lazer aumenta audiência das novelas no interior, diz coluna </h1> <div style="display: block; font-style: italic;"> Publicidade<br /> </div> <div style="font-style: italic;"> <p> da <b>Folha Online</b> </p> </div> <p style="font-style: italic;">As novelas da Globo têm registrado altos índices de audiências nas capitais fora do eixo Rio-São Paulo, informa a coluna Outro Canal, assinada por Daniel Castro na <b>Folha</b> desta terça-feira (10). </p> <p style="font-style: italic;"> De acordo com informações da coluna, em Porto Alegre, por exemplo, "Caminho das Índias" já alcançou média de 51 pontos, 11 a mais do que a média nacional. </p> <p style="font-style: italic;">O colunista informa que, além da falta de lazer nos centros mais afastados, a Globo ainda credita o aumento da audiência à fragilidade da concorrência nestas cidades. </p> <p style="font-style: italic;">O fato de, no horário de algumas novelas, as concorrentes exibirem telejornais voltados para o público de São Paulo também favorece a programação da Globo.<br /></p><p style="font-style: italic;"><br /></p><p style="font-style: italic;"><span style="font-weight: bold;">Bem feito pra nós!!!</span><br /></p>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-84557079308765073292009-06-01T01:15:00.003-03:002009-06-01T01:32:47.076-03:00Faz tempo ...que não escrevo por aqui.<br /><br />Blogue é questão de tempo, de saco e de ter o que falar.<br /><br />Ter o que falar geralmente eu tenho, só não sei pra quem, e se não tiver, vou falar do mesmo jeito.<br /><br />Saco é algo que tenho mas é o da paciência, e também não me importo com isso.<br /><br />Mas tempo é o bem mais valioso. Sempre foi. Sempre serã. E quando se é um pai que fica quase todas as noites cuidando de um guri agitado de 3 anos de idade, quando sobra, o tal do tempo, o pai aproveita e vai dar um outro, tempo, pelas ruas, bebendo cerveja, encontrando os amigos, ou então capota e dorme. Vergonhosamente capota no sofá.<br /><br />A vida de escritor está, temporariamente, perdendo, para a de pai e a de trabalhador. A de trabalhador é a mais triste, pois a burocracia é algo totalmente insuportável para quem faz quase 20 anos vive no meio disso. O saco, aquele ali de cima, está acabando para a burocracia. Não tenho paciência para mais nada burocrático e quando tenho é para destruir com as bases de toda e qualquer idiotice dessas. Por mim que implodissem todos os cartórios, derrubassem todos os governos e exterminassem a fé pública da vida moderna. No auge da falta de saco alguém me pedirá um carimbo para acabar com o mundo. Acabarei assim mesmo.<br /><br />Pai é o máximo. Só por isso vendo meu tempo. Pois estes 3 anos foram intensos e bem vividos e sei, como todo pai e mãe devem saber, que as crianças, ainda bem, crescem. Mas que já dá uma saudade antecipada, isso dá. Dá. Dá vontade até de chorar. Mas isso vou deixar para mais tarde. Quando eu, se for um cara de saúde e sorte, ficar velho e conhecer meus netos.<br /><br />Resta a literatura. Eu vivo revisando textos na falta de tempo para criar algo novo. Na verdade o algo novo está sempre sendo criado. O algo novo nunca para de aparecer. Quando sobra tempo escrevo tal qual uma enxurrada depois de uma grande seca. Pode ser que acabe numa catástrofe no começo, mas depois a chuva vai amainando e o texto vem. Desce. Sai do outro mundo, lá onde vivo escondido escrevendo.<br /><br />Dizem muitos, que escrevem, ou acham que escrevem, que a literatura vem antes de tudo. Não. Não vem. Antes vem a vida. Sempre vem a vida. Mas não a vida que os críticos querem depois falar de como tal autor chegou em tal frase ou quis dizer noutro parágrafo. Não. Essa vida é dos imbecis e dos que não sabem ler. A vida do escritor vem antes quando ela é a sua própria vida. E vivendo essa vida, ele escreve. Escreve quando tem tempo. Depois, vive.<br /><br />Não é que uma coisa tenha a ver com a outra, não tem, mas, com toda a certeza, não compartilho com a idéia que a literatura vem antes. Na literatura quem vive não sou eu. É outro. E esse outro, o escritor, só aparece assim, quando escrevo. Que gosta de saber que leram o que ele escreveu.<br /><br />Eu? Eu mesmo quero que vocês se danem e me deixem viver sem chateação.<br /><br />O Autor.Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-11778870652145121932009-01-13T00:04:00.002-02:002009-01-13T00:14:36.463-02:00Segundas de JaneiroSerra Malte<br /><br />Se eu quisesse esquecer o que era ser esquecido, bastava ficar só.<br />Se eu quisesse me perder quando estava perdido, bastava tentar me concentrar.<br />Me concentrar em algo diluído no ar, em frente aos meus olhos.<br />Me concentrar em algo que perdi no esquecmento.<br />Algo que esqueci em minhas perdições.<br />Bastava querer sentar sozinho e escutar Bowie sem entender nenhuma letra,<br />se bem que Sabbath também me serviria e teria o mesmo efeito.<br />O torpor nas dores musculares. As costas retraídas não iriam mais doer.<br />A pressão na barriga diminuira.<br />Bastava eu ficar parado no espaço do trânsito, bebendo solitário na avenida<br />larga, escura e vazia. Deixar me esparramar pelo asfalto da noite, o vento pela janela,<br />um futuro sem futuro. Um passado que não me queria. Um presente tardio.<br />Um passo para o nada.<br />Um passo para a felicidade se é que existe essa tal.<br />Se eu quisesse parar de pensar bastava ficar só e tudo seria nítido.<br />Tão nítido que eu não beberia.<br />Tão nítido que eu esqueceria porque bebia.<br />Se eu quisesse chegar perto daquilo que sinto hoje, não estaria escrevendo.<br />A felicidade existe.<br />Existe sim.<br />E eu sei que existe.<br />E isso é que nos faz querer esquecer.<br />Porque depois ela volta com toda a força.<br />Bastava que eu abrisse uma cerveja e ficasse só.<br />Comigo mesmo.<br />Mas agora já senti o gosto.<br />E preciso beber para saber o quanto vale a felicidade.<br />Não deixa de ser uma desculpa.<br />E é.Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8820984329571780097.post-36050806981058899192008-11-12T21:13:00.005-02:002008-11-12T21:30:34.132-02:00Pai, Bota Rock!!!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGmEWIppBTz5INiie73-9HI2VvacrMGqeH7cg2wM6x7MxNzFQi2qp6MppxFUWhMNnMhBKLT66laKVnc5pC5hsCBbivA3m4ZEvX7krJh3mFWGQbg9ZpeRjJLikEOT-CNozm2JDSqHoJb6vh/s1600-h/IMG_1935.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGmEWIppBTz5INiie73-9HI2VvacrMGqeH7cg2wM6x7MxNzFQi2qp6MppxFUWhMNnMhBKLT66laKVnc5pC5hsCBbivA3m4ZEvX7krJh3mFWGQbg9ZpeRjJLikEOT-CNozm2JDSqHoJb6vh/s320/IMG_1935.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5267916870054736098" /></a>Coloquei um contador de visitantes únicos lá embaixo no blog. O divertido é que parou em 7 faz 2 dias.<div>Potanto, tirando eu, apareceram 6 leitores.</div><div>Não imagino quem sejam, porque acho que nem a Betine visita meu blog. Portanto, tenho 6 leitores, o que é já é meia dúzia. Dizem que de meia dúzia pra cima só vai.</div><div>Ou vira ímpar</div><div><br /></div><div>Mas o motivo desse post é outro.</div><div>Ontem eu e o Lorenzo fomos visitar minha mãe.</div><div>Na volta pra casa, meia noite e poucos, Lo agitando o dia todo, vim devagarito, segurando o pé no acelerador e coloquei um cd de coletâneas. Lá pelas tantas, eu olhando pelo espelhinho de espionar o filho e vendo se o Lorenzo dormia, dormir no carro já é um grande começo de noite para um pai cansado, e nada.</div><div><br /></div><div>Tocava um Beatles, depois de alguns rocks mais acelerados.</div><div>Terminado o Beatles, entrou um som de gaita e uma voz fanhosa.</div><div>O Lorenzo se agitou.</div><div>"Pai, bota rock!"</div><div>Eu não acreditei.</div><div>Ele repetiu e insistiu.</div><div>"Pai, tira esse e bota rock!"</div><div>Eu tirei.</div><div><br /></div><div>Era Bob Dylan.</div><div><br /></div><div>Esse guri é um gênio! </div><div><br /></div><div>Coloquei outra música.</div><div>Ele esboçou resmungar. </div><div>Falei, esse não é rock. Mas é Otis Redding. </div><div>Ele ficou quieto e não resmungou.</div><div>Dormiu.</div><div><br /></div>Marcelo Benvenuttihttp://www.blogger.com/profile/07376840007580642745noreply@blogger.com5