quarta-feira, 11 de abril de 2007

Vardaman

Sempre leio leitores e autores (maldade quando te chamam de autor, não, é? é uma crítica velada e bem sacaninha) comentando sobre os melhores começos de romances ou melhores primeiras frases ou melhores primeiro parágrafos. Confesso que não compreendo essa necessidade imediatista do início da história. Eu mesmo quando estou numa livraria ou numa biblioteca e não conheço nada do livro ou do autor, abro o livro numa página qualquer. É simples. Se lá pelo meio do livro, ou por qualquer página, tanto faz, o autor me puxa pra dentro da história, eu vou ter vontade de ler o resto do livro, inclusive, fora da ordem que o autor publicou. Claro que isso é uma caracterítica da minha personalidade. Do meu modo de ler. De assistir filmes. Eu posso pegar qualquer história pela metade e montar o começo e o fim que eu quiser. Logo, se a história me puxa pelo miolo, eu vou querer saber como ela chegou naquela parte e para onde ela vai se dirigir. A minha curiosidade aumenta. Daí que prefiro procurar pelas melhores QUAISQUER partes de um romance, de um conto, de uma poesia, de um tudo. Hoje, por exemplo, abri de novo o Enquanto Agonizo do William Faulkner só pra ler esse capítulo:

VARDAMAN

Minha mãe é um peixe.

Depois de ler um capítulo assim, é ÓBVIO que vou ler o restante do livro.

E fodam-se os melhores começos que isso é coisa de punheteiro.

(em breve, algo que muitos odeiam, poeminhas)

(viva a skol 500ml)

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